10 dez
Na sexta-feira, 04, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e o Serviço de Aprendizagem Rural (SENAR) reuniram mais de 4.500 produtores rurais de todas as regiões do paraná, na Capital Curitiba, para o Encerramento do Programa Empreendedor Rural (PER), estavam presentes os participantes dos programas Empreendedor Rural, Mulher Atual e Jovem Agricultor Aprendiz, além de líderes de comunidades, convidados e autoridades de todo o Paraná.
O evento realizado anualmente visa promover e fomentar o desenvolvimento rural. Este ano destacou a importância do agronegócio na economia brasileira, com a Palestra de Xico Graziano – “O Brasil frente aos desafios do mundo”.
No encerramento foi feita a apresentação dos “10 Melhores Projetos do Programa Empreendedor Rural-PR”, na qual se premiou os três melhores deste ano com uma viagem técnica. Aline Bonk, acadêmica do oitavo período de Agronomia da Uniguaçu, que havia se classificado entre os dez melhores, recebeu destaque com seu projeto de “ampliação de viveiros para piscicultura”, ficando em primeiro lugar na classificação entre os 99 projetos enviados.
A premiação é uma forma de reconhecer os alunos que participaram do PER e que desenvolveram os projetos durante o curso. O projeto vencedor do primeiro lugar visou a “ampliação de viveiros para piscicultura, para engorda e recria de juvenis de carpa, com a construção de 16 novos viveiros, em uma área de 0,4 hectares”. Para a jovem empreendedora, Aline Bonk, o prêmio foi a valorização de todo o trabalho realizado na propriedade. “Não existem palavras para descrever a surpresa que senti. O grande reconhecimento gerou o sentimento de dever cumprido e de que tudo que a gente faz com o coração é muito mais fácil de ser alcançado”, comenta.
Para Caren Kelli Jenczmionki, instrutora do SENAR e orientadora do projeto da Aline, o Programa Empreendedor Rural é uma ferramenta para que os produtores e principalmente os jovens melhorem e transformem sua atuação na propriedade e no agronegócio. “Além do conhecimento técnico, é fundamental aprender as ferramentas que fazem com que eles administrem melhor sua propriedade rural e passem a enxergar sua propriedade como uma empresa, a qual precisa de bons conhecimentos de gestão e doses de empreendedorismo, pois hoje só sobrevivem as empresas que tem essa capacidade. O programa é também um grande incentivador para a permanência do jovem no campo”, comenta.
O projeto Empreendedor
Aline realizou o projeto de “ampliação de viveiros para piscicultura” em etapas. Primeiro aconteceu o levantamento de dados da propriedade, valores de capitais: físico, natural, humano, social e financeiro. A partir disso, formou-se o diagnóstico com a inclusão das receitas e despesas das atividades desenvolvidas. Com o diagnóstico e análise econômica, percebeu-se que a propriedade encontrava-se em situação negativa, ou seja, era economicamente inviável, partindo para a determinação do projeto a ser aplicado.
A família da acadêmica é tradicional na atividade de piscicultura, por esse motivo, o projeto foi voltado para o melhoramento da atividade desenvolvida na propriedade. Vários processos foram realizados: licenciamento ambiental, atividade de escavações, a compra de alevinos e ração e, finalmente, a implantação. “Todos esses detalhes foram analisados quanto à sua viabilidade. O mercado também foi observado, pois necessita de uma análise criteriosa a longo prazo para se chegar aos objetivos finais do projeto”, conta a jovem.
Após os diagnósticos prontos, o projeto foi desenhado no papel com as despesas e os lucros. “Percebeu-se que com a aplicação do projeto, a propriedade alcançaria uma situação positiva, saindo assim, da situação anteriormente observada”, comenta Aline.
Para a instrutora que orientou o projeto de Aline, Caren Kelli Jenczmionki, o diferencial da acadêmica de Agronomia foi sua determinação em querer mudar sua realidade por meio dos estudos aplicados na propriedade da família. “Ela usou as ferramentas que aprendeu no PER e fez o projeto visando colocar seu conhecimento em prática, por isso, venceu o concurso. Um projeto como o da Aline, te dá segurança na tomada de decisão. Ela o elaborou muito bem e foi recompensada com o prêmio de melhor projeto do Paraná”, comemora a instrutora.
Após a premiação, os trabalhos dão continuidade. Segundo a jovem empreendedora, a propriedade deve alcançar suas metas, que estão definidas no projeto e o crescimento das atividades vão impulsionar investimentos que também serão estudados. Aline conta que todas as realizações a fizeram sentir mais segurança na sua formação profissional, deixando de lado os anseios de não conquistar seus objetivos. “Serei capaz de seguir com os meus projetos empreendedores dentro e fora da minha propriedade. A minha visão sobre a junção da agronomia com o empreendedorismo é mais prática. Juntei o útil ao agradável, pois quando se trabalha para realização dos próprios sonhos, o rendimento e o gosto pela atividade são muito maiores”, conta.
Projeto Empreendedor Rural na Uniguaçu
Em 2015, Caren Kelli Jenczmionki, orientou dois projetos que ficaram entre os dez melhores do Paraná: Aline Bonk, de União da Vitória, vencedora do primeiro lugar; e do casal Angela e Redvange, de Mallet. “É o momento de reconhecimento de um trabalho bem feito, dedicação e amor pelo que se faz. Amo meu trabalho, pois sei que através dele, posso fazer a vida das pessoas mudar, melhorar e até se transformar. Mas tudo isso só é possível quando o participante se dedica, pois, a orientação e a transmissão do conhecimento é igual para todos”, conta.
Na Uniguaçu, durante esse ano, 18 acadêmicos se formaram pelo Programa Empreendedor Rural. A parceria entre Uniguaçu e SENAR já existe há quatro anos, e para 2016, já existe um projeto para formar uma nova turma de futuros empreendedores.
Para que o acadêmico possa participar do curso, ele precisa ser dono de propriedade rural (sendo filho de produtor ou proprietário), pois para a realização do projeto, é necessário um diagnóstico da propriedade.
Um dos objetivos da Uniguaçu é preparar os acadêmicos para o mercado de trabalho, não apenas para ingressar em grandes empresas, mas, também, para que eles tenham a possibilidade e formação de empreender nos seus próprios negócios.
Fotos: Divulgação Faep
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